Por se tratar de uma doença relativamente nova, a Covid-19 ainda deixa muitas dúvidas sobre seus impactos em grávidas, puérperas e lactantes.
Gestantes que antes podiam voltar a atenção para a nova rotina com o bebê, como procurar o melhor sutiã para amamentar, ou a poltrona de amamentação mais confortável, hoje tem uma nova preocupação que envolve a saúde e a vacinação contra o novo coronavírus.
Este grupo também se vê tomado pelas dúvidas sobre tomar a vacina e continuar o aleitamento. Pensando nisso, buscamos algumas informações interessantes. Confira!
Riscos ao adquirir Covid-19 em gestantes e puérperas
Durante a gestação, mulheres demonstram maior facilidade em adquirir infecções virais devido às importantes adaptações do organismo para nutrição e oxigenação do feto.
De acordo com material divulgado pela Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp), existem alguns estudos comparando o comportamento da Covid-19 em mulheres grávidas e puérperas com mulheres não grávidas.
Neles, é possível verificar que gestantes que adquiriram o SARS-CoV-2 e desenvolveram sintomas da infecção, apresentaram maior risco de internação hospitalar e, consequentemente, foram submetidas à ventilação invasiva e maior risco de óbito.
Além disso, os estudos do ponto de vista obstétrico mostraram taxas mais elevadas de partos prematuros operatórios no grupo.
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde no Brasil, apontaram que a infecção por SARS-CoV-2 foi a principal causa de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em grávidas no terceiro trimestre.
Além disso, a taxa de mortalidade, especialmente na existência de comorbidades foi elevada. Sendo assim, é possível afirmar que mulheres nesta condição fazem parte do grupo de maior risco de complicações do vírus, correndo risco de óbito materno e desfechos obstétricos desfavoráveis.
Dados sobre a vacina da Covid-19 em gestantes e lactantes
Grávidas e lactantes foram excluídas dos ensaios iniciais dos imunizantes da Covid-19 e agora passaram a ser testadas. A Universidade de Harvard fez uma pesquisa em parceria com o Hospital Geral de Massachusetts (EUA) para colher informações.
Com o estudo foi possível detectar respostas imunológicas induzidas pelas vacinas equivalentes — Pfizer e Moderna — tanto em gestantes, como em mulheres não grávidas. Foram encontrados anticorpos gerados pela vacina em todas as amostras de sangue do cordão umbilical e de leite materno.
A vacina é recomendada para gestantes e lactantes já que colabora na produção expressiva de anticorpos, tanto para a mãe quanto para o bebê.
Por se tratar de um estudo novo, não é possível saber quanto tempo o efeito pode durar. Este estudo ainda precisa ser revisado por pares para confirmar o resultado positivo. Além disso, vale ressaltar que o material em questão não abrange todas as vacinas usadas no Brasil, como a CoronaVac e a de Oxford/AstraZeneca.
Informações gerais sobre as vacinas para Covid-19 disponíveis no Brasil
As vacinas para Covid-19 disponibilizadas no Brasil utilizam plataformas de vírus mortos e vetores virais não replicantes. De acordo com evidências científicas, vacinas que utilizam essas plataformas para prevenção de outras doenças virais em gestantes e puérperas são suficientes para recomendar as vacinas da Covid-19 ao grupo.
Para falar sobre a segurança das vacinas, podemos destacar o expressivo número de pessoas que já receberam algum tipo de vacinação contra a Covid-19 em todo o mundo. Foi possível notar um perfil de segurança adequado, onde a maioria dos eventos adversos apresentaram dor no local da injeção e febre leve ou moderada com resolução em curto período.
Em menor frequência houve relatos de cansaço, dor muscular e dor de cabeça. Um pequeno número de casos (1 caso em 250.000 pacientes vacinados) demonstrou eventos adversos graves com reações alérgicas graves (anafilaxia) e trombose. Porém, não foi constatado nenhum óbito.
Em relação às vacinas utilizadas no Brasil, tanto a CoronaVac como a Covishield mostraram-se seguras e foram relatados poucos eventos adversos.
Gestantes e lactantes: recomendações gerais para lidar com a Covid-19
É importante que as gestantes mantenham a atenção pré-natal e sigam as orientações de prevenção, com ênfase na higiene das mãos e uso de máscara.
Além disso, o Ministério da Saúde liberou norma técnica que recomenda o afastamento de gestantes e puérperas do trabalho presencial devido aos riscos da Covid-19 para a saúde deste grupo.
O pós-parto neste caso é semelhante ao período gestacional, assim, mulheres com comorbidades devem ser vacinadas. E a suspensão da amamentação em decorrência do uso da vacina Covid-19 não é recomendada.
A orientação para a vacinação no grupo de gestantes é que seja aplicada em qualquer fase da gravidez. Por isso, vá até um posto de vacinação da sua cidade e proteja-se!