O Brasil é referência em energias limpas em nível mundial. Porém, isso não deixa o cenário de produção de energia no país menos crítico. Mesmo não dependendo de fontes poluidoras, o Brasil ainda é altamente dependente de hidrelétricas e, muitas vezes, a população fica refém das chuvas para ter sua energia elétrica garantida.
Nesses períodos de pouca chuva, os brasileiros procuram reduzir seu consumo de água para não sobrecarregarem os sistemas hídricos, responsáveis tanto pela geração de energia elétrica quanto pelas hidrelétricas.
Os grandes vilões do consumo de energia elétrica são, de longe, os aparelhos de ar-condicionado e a geladeira. Então, é muito importante que o consumidor brasileiro esteja atento à situação da geração de energia no país e procure eletrodomésticos de climatização econômica, por exemplo. Isso será bom para seu bolso e para o planeta.
Além disso, os habitantes da região Nordeste terão uma nova alternativa de energia: a energia solar. Continue lendo para entender como se dá a distribuição energética do país e como a construção de uma usina de energia solar no Rio Grande do Norte pretende mudar esse cenário.
A sobrecarga do sistema hidráulico
Como visto anteriormente, a maioria da energia produzida no Brasil vem de fontes renováveis. Isso não significa que no Brasil toda energia seja limpa, pois 36% vêm de combustíveis fósseis. Normalmente essa energia é utilizada para motores de automóveis, como carros e caminhões, e de aeronaves.
Esse problema já está sendo endereçado, pois na maioria dos automóveis hoje em dia podemos encontrar motores flex, que suportam a gasolina e o álcool, fonte de energia renovável.
Porém, mesmo com a grande produção de energia limpa, o sistema energético brasileiro enfrenta um grande desafio: a sobrecarga do sistema hidráulico. Hoje, 60% da energia elétrica brasileira vêm das hidrelétricas e isso representa um risco iminente para o consumidor.
A hidrelétrica depende da água para funcionar e, em épocas de poucas chuvas, pode não haver água suficiente em suas represas para que suas tecnologias operem e a energia elétrica seja produzida. Assim, são gerados a maioria dos apagões brasileiros, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, maiores consumidoras de energia elétrica. Isso significa que não há segurança elétrica no Brasil.
Mas este cenário, aos poucos, está mudando. Segundo a Absolar, em 2020 houve um crescimento de 130% na implementação de sistemas para geração de energia solar em relação ao ano de 2019. Portanto, podemos dizer que ainda não estamos em um cenário ideal, mas as perspectivas para o futuro são muito positivas.
A energia solar veio para ficar
O Nordeste está sendo palco de uma revolução na produção de energia limpa brasileira. A empresa francesa Voltalia iniciou a construção de duas usinas de energia solar entre os municípios de Areia Branca e Serra do Mel (Serra do Mel 1 e a Serra do Mel 2) e, juntas, elas têm uma capacidade de produção de 320 MW.
Segundo o presidente da Voltalia no Brasil, Robert Klein, as usinas estão sendo construídas de forma estratégica no Rio Grande do Norte, para, assim, complementar a produção de energia limpa da região, que já conta com uma alta produção de energia eólica. A obra está prevista para ser comissionada durante a primeira metade de 2022.
Isso não deve garantir apenas segurança elétrica para a população da região, mas levará mais desenvolvimento para os habitantes. A construção da usina, iniciada em setembro de 2021, trará mais empregos de forma direta e indireta. Além disso, a Voltalia oferece cursos de capacitação gratuitos para instalação das placas, qualificando, assim, mais moradores da região para o mercado de trabalho.