Financiamento com prestação decrescente: como funciona? Vale a pena?

As gerações mudam, mas o sonho do imóvel próprio permanece. Para muitas pessoas, o financiamento de casa própria é uma chance de realizar o desejo de ter uma propriedade em seu nome. Dentro dessa modalidade, o financiamento com prestação decrescente pode ser a alternativa ideal para pagar com mais rapidez e menos juros.

Oferecendo menos impacto financeiro a longo prazo, a prestação decrescente é um método de financiamento muito interessante para o consumidor. No entanto, antes de fazer sua escolha, é preciso observar todas as variáveis que incidem sobre o valor da parcela. Entenda como o financiamento com prestação decrescente funciona.

O que é financiamento com prestação decrescente?

Também conhecida como sistema de amortização constante (SAC), a prestação decrescente é uma modalidade de financiamento imobiliário em que o valor das prestações diminui com o tempo, em vez de aumentar. Então, quanto menor o valor devido no total, menor será a parcela paga nos meses seguintes.

Como funciona

Imagine que um consumidor deseja comprar uma casa no valor de R$ 300 mil em 120 parcelas e com a incidência de juros de 1% sobre o valor total. Na primeira parcela, ele vai pagar R$5,5 mil (R$2,5 mil da parcela + 1% de R$ 300 mil, que equivale a R$ 3 mil). Já na parcela seguinte, os R$5,5 mil serão deduzidos. Portanto, o juro de 1% vai incidir sobre R$294,5 mil. O valor será, então, de R$5,445 mil.

É importante lembrar, no entanto, que o valor dos juros varia de uma instituição para outra. Portanto, antes de fazer sua escolha, o consumidor deve pesquisar bastante e fazer cálculos.

Taxa referencial

Em financiamentos de longo prazo, é comum que o banco cobre um reajuste conforme a taxa referencial (TR). A mudança segue a inflação, para que a dívida não perca valor com o tempo.

Esse cálculo pode ser feito com base no IPCA ou no IGP-M. Para não ser pego de surpresa, o consumidor deve considerar qual a TR cobrada por mês e fazer os cálculos.

Quais as vantagens da prestação decrescente?

O SAC oferece alguns benefícios para o consumidor. Entenda os principais e descubra como considerá-los durante a análise:

Juros menores

Como visto no exemplo, a diferença entre uma parcela e outra pode não parecer muito grande, mas faz diferença com o passar do tempo.

No financiamento convencional, os reajustes seguem a tabela Price: a primeira parcela é composta majoritariamente de juros. Com o passar do tempo, os valores de amortização dentro das prestações aumentam, enquanto os juros diminuem. Para o consumidor, não há um impacto financeiro positivo. Ele tem a impressão de que a dívida não diminui.

Já o financiamento com prestação decrescente tem como base a tabela SAC. Mesmo que os juros diminuam, o valor da parcela (sem o juro acrescido) continua o mesmo.

Menor impacto financeiro

Quando se inicia um financiamento imobiliário, fica difícil de imaginar o valor da parcela daqui a 3 ou 4 anos. Por isso, ele pode ser assustador a longo prazo. Mas como o valor da parcela diminui com o tempo, esse impacto nas contas mensais também diminui.

Mais chances de honrar as dívidas

Imprevistos acontecem e, como a própria palavra sugere, não há como preveni-los. Mesmo que o consumidor tenha uma reserva de emergência, o valor da mensalidade pode pesar com o passar do tempo.

Por isso, o financiamento com prestação decrescente traz outra vantagem: como o valor vai diminuindo, o pagamento pesa menos no bolso conforme os meses avançam. Consequentemente, a quitação da dívida se torna mais fácil quando comparada à de um financiamento convencional.

Prestação decrescente vale a pena?

Sim, pois, mesmo que haja reajustes de acordo com a TR, é um valor que diminui com o passar do tempo. Porém, é preciso considerar algumas questões.

Primeiramente, as parcelas iniciais pela tabela SAC são bem maiores que as da Price. Para quem não pode arcar com um valor tão alto no momento, a segunda opção pode ser mais viável. É preciso entender, no entanto, que no sistema Price o valor da parcela aumenta conforme o tempo. Portanto, caso haja imprevistos as chances de inadimplência são maiores.

Além disso, o valor total pode não fazer tanta diferença para o consumidor justamente pela correção com a TR. Por fim, o próprio banco pode se recusar a financiar pelo sistema SAC se entender que o consumidor não é capaz de honrar essa dívida no primeiro momento. Portanto, é preciso fazer uma análise completa antes de escolher a tabela de financiamento ideal.

 

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