A torra é um processo em que o café desenvolve não apenas a cor, mas seu sabor e aroma. Por isso, é vista como uma etapa importante, pois afeta na qualidade da bebida.
Para quem nunca viu um cafeeiro, os grãos não nascem marrons, como são adquiridos nos mercados e outros locais de compra.
Pelo contrário, primeiro ficam verdes e, quando são colhidos, vermelhos, tanto que são chamados cerejas. É a torra quem vai deixá-los mais amarronzados e garantir o sabor e aroma tão desejados. Conheça agora o processo de fabricação e as três principais torras de café existentes.
O processo de torra do café
O processo de torra do café recebe o nome de torrefação e pode durar entre 7 e 15 minutos. A temperatura do processo varia entre 180 °C e 240 °C e são torrados poucos grãos por vez, para entender seu perfil e definir um padrão. São três etapas: pirólise, caramelização e finalização.
Pirólise
Na pirólise, primeira etapa da torrefação, os grãos perdem massa e umidade, com foco no corpo da bebida. Normalmente são usados grãos ainda verdes, que, durante a pirólise ganham um tom amarelado.
Também é o momento em que a sacarose é transformada em frutose e glicose, e o aroma que fica lembra uma massa assando.
Caramelização
Na caramelização, os grãos se expandem e abrem uma rachadura no meio. Aqui é trabalhada a doçura. Em média, a temperatura fica entre 170 °C e 190 °C e faz os açúcares e óleos essenciais irem para a parte externa do grão.
A cor do grão passa a ficar marrom e ele passa pela expansão, fazendo um barulho que lembra pipoca estourando.
Finalização
A última etapa, a finalização, irá tratar da acidez do café. Após o segundo estouro escutado na caramelização, é preciso ficar atento e se preparar para tirar os grãos do torrador. Então, eles são colocados em uma chapa de metal, com o objetivo de resfriar e ventilar. Por último, o grão deve repousar, para depois ser moído.
Os três tipos de torra
Agora, o que acha de conhecer um pouco mais sobre os três tipos de torra existentes? São eles: torra clara, torra média e torra escura, cada uma com foco em oferecer um tipo diferente de café.
Torra clara
Foca na acidez cítrica dos grãos, quase com um toque de limão. Deixa o café com aroma mais delicado e preserva os óleos essenciais, por isso a bebida ganha um toque encorpado.
É o tipo de torra comum nos cafés expressos, e apesar de ter aromas florais e preservar a acidez, são menos amargos.
Torra média
Utilizada para cafés mais equilibrados em acidez, amargor ou doçura e corpo. A caramelização, segunda etapa da torração, se torna essencial, pois contribui para diminuir a quantidade de óleos essenciais presentes no café.
Sua tonalidade passa a ser marrom avermelhada por isso, a torra é ideal para o conhecido café coado. Também é chamada de torra equilibrada, porém, pode perder alguns sabores e aromas.
Torra escura
Ocorre quando os grãos começam a escurecer e exige cuidado de quem cuida do processo de torra. Isso acontece porque, o limite entre a torra escura e os grãos queimarem é bem tênue. Resulta num café menos ácido e com amargor mais acentuado. Além disso, os grãos são bem escuros, com tons amarronzados.
Seus aromas lembram chocolate e caramelo e quem bebe tem a impressão de tomar um café mais forte. É o tipo mais conhecido e bebido pelos brasileiros.
Como você pode ver, todas as torras de café tem suas características e sabores. Provavelmente, você deve estar mais acostumado com a torra escura, porém, quando puder, dê uma chance aos outros grãos e aproveite para experimentar aromas, texturas e gostos diferentes.
