Síndrome de vira latas, entenda a baixa autoestima do brasileiro

Síndrome de vira latas, entenda a baixa autoestima do brasileiro

Síndrome de vira latas, entenda a baixa autoestima do brasileiro

Que brasileiro é um povo feliz, bem humorado, pacífico e cordial, o mundo inteiro já sabe, porém, ultimamente, vem causando uma certa preocupação a volta de um antigo sentimento, o qual já era dado como extinto: o complexo de vira-latas.  

 

A origem

 

Criada pelo dramaturgo, cronista de costumes e jornalista esportivo Nelson Rodrigues, a expressão Complexo de vira-latas foi criada em 1950, mais precisamente, quando o Brasil perdeu a Copa do Mundo e continuou a perder no futebol como se tivesse medo de se impor perante os adversários, mais especificamente, a Argentina. 

Em lato sensu, significa nada mais do que o brasileiro ter baixa autoestima, que nunca se achou apto a ganhar nenhuma competição, que deprecia a própria cultura, a economia, a inteligência e a moral do seu país. Enfim, significa se achar o resto do resto.

Pois então, o fato é que essa sensação de inferioridade por parte do brasileiro, que o atormentava num passado não muito distante, parece ter ressurgido com tudo.

Estudiosos culpam o desemprego, a falta de vacinas e de políticas públicas, o governo ter se tornado pária internacional por essa atual e preocupante baixa autoestima.

 

A verdade é que essa sensação voltou e, segundo os mesmos estudiosos, até nosso humor hoje é baseado na auto depreciação.

Também preocupante, é o outro lado da moeda, o brasileiro passar a admirar exageradamente tudo o que vem de fora e ainda se sentir um tanto esperançoso, a cada simples elogio vindo por parte de qualquer gringo, fazendo valer, mais do que nunca,  o rótulo de vira-lata, que faz tudo e qualquer coisa para agradar seu dono.

Segundo o antropólogo Roberto Da Matta, a situação política e econômica atual do País é a principal causa dessa sensação de inferioridade, a qual tira a esperança do povo, isso tudo, agravado pela total transparência da sociedade, que revela a nossa desonestidade e malandragem. 

 

A aprovação exterior

 

Infelizmente, como consequência desse complexo de vira-lata está a nossa famigerada dependência da aprovação exterior, para tudo que fazemos e consideramos de boa qualidade. 

Vale saber que um dos motes para aprovação de quem vem de fora é falar mal de nós mesmos, e isso nada mais é que consequência direta do tal complexo de vira-lata.

Ok, mas então, como não depender da aprovação exterior? Já que precisamos exportar nosso café, açúcar, carne, nossos minerais e etc. Precisamos da aprovação dos gringos, não é?

Você sabia que nossa música, nossa indústria calçadista e nossa gastronomia desfrutam de grande prestígio no exterior? Entre outras coisas.

Se você quer aprender um pouco mais sobre comidas brasileiras, que tal fazer um curso de gastronomia?

Como recuperar a autoestima

Apesar dos pesares, qualquer brasileiro, patriota ou não, se sente incomodado com esse rótulo, em carregar esse complexo de vira-latas nas costas, com piada ou sem piada, o que o povo quer é recuperar a autoestima, o orgulho de ser brasileiro, de ser feliz, hospitaleiro e cheio de esperança.

Vale lembrar que assim como surgiu, na Copa de 50, esse sentimento foi embora oito anos depois, com a vitória da seleção brasileira na Suécia, ajudando a fechar as feridas deixadas na derrota para o Uruguai em pleno Maracanã, quando o povo era representado pelo seu futebol arte, imbatível e foi humilhado na própria casa.

Coincidência ou não, a derrota histórica sofrida pela seleção brasileira para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, e a recente crise econômica, acabaram por colocar sal nessa ferida e a trazer de volta esse sentimento, adormecido, mas ainda existente, de complexo de vira-lata, voltando a derrubar a autoestima do brasileiro. 

O fato é que é preciso fazer crescer no povo o sentimento de admiração pelo país, o patriotismo vem daí, do povo se sentir acolhido, protegido e com oportunidades.

É preciso deixar de lado essa doentia ansiedade pela aceitação do exterior, e tentar se reerguer, reconquistar o que sempre foi a cara do brasileiro, a alegria, criatividade e procurar crescer em cima disso.

A hora é de voltarmos a valorizar o que, realmente, tem valor, de lutar por uma educação de qualidade, salários justos e oportunidades. É preciso considerar que essa parcela da sociedade que está optando por construir uma vida lá fora é porque não teve oportunidade no próprio país.

Portanto, é hora de abandonar esse complexo de vira-latas e perceber que esse país é lindo e o povo é o principal responsável por fazer ele ser um lugar legal, ou não, para viver.

 

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